Conviver Saber Social visita Instituto C&A

05/03/2017

Janice Salomão e Annabella Prates, da Conviver Saber Social, visitaram o Instituto C&A em Recife, para apresentarem os resultados do projeto “Comunidade em Desenvolvimento: o Vetor Norte em Transformação” e conversarem sobre a continuidade de relacionamento entre as duas organizações, novos projetos e perspectivas de futuro com Cristiane Félix, Especialista em Desenvolvimento Institucional e Redes da organização.

O Instituto C&A está passando por um processo de mudança institucional. Recentemente, uniu-se a C&A Foundation, o que impactou na linha de projetos e trabalhos que apoiaram nos últimos 25 anos. Giuliana Ortega (foto), diretora-executiva do Instituto C&A, falou sobre o assunto em entrevista para a Revista Valor Compartilhado, que reproduzimos a seguir:

Teoria da Mudança

Como o Instituto C&A vive um profundo processo de reorganização de suas ações no auge de seus 25 anos

A primeira organização social a levar o nome da C&A foi o Instituto brasileiro, fundado em 1991 com o objetivo de valorizar pessoas e comunidades por meio da promoção de uma educação infantil de qualidade. Em 1999, nasceu no México a Fundación C&A e, em 2011, na Europa, a C&A Foundation.

A partir de 2014, diante dos desafios globais enfrentados pela indústria da moda, a C&A Foundation foi responsável por liderar a reorganização das ações de toda a rede de organizações sociais com a marca C&A para o alinhamento em torno de uma visão: tornar a moda uma força para o bem.

A Revista Valor Compartilhado conversou com Giuliana Ortega, diretora-executiva do Instituto C&A, que compartilhou informações valiosas sobre todo processo de mudança institucional que estão passando.

VALOR COMPARTILHADO: Por que acontece a mudança na missão? O que significa essa mudança para o Instituto C&A no Brasil após 25 anos trabalhando principalmente com projetos de educação infantil e de adolescentes?

GIULIANA: Esta decisão foi tomada após ampla reflexão sobre os desafios socioambientais que existem atualmente na indústria da moda e precisavam ser enfrentados com urgência de maneira coordenada em todo o mundo. Os acionistas da empresa C&A sempre acreditaram na força de uma marca a serviço de uma causa e, por isso, resolveram focar as ações do instituto e fundações na promoção de uma indústria de moda mais justa e sustentável, beneficiando os trabalhadores do segmento, suas famílias e o meio ambiente.

Queremos ser agentes de transformação de um setor que emprega diretamente mais de 1,5 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados da ABIT. Queremos beneficiar os trabalhadores do setor, suas famílias e as comunidades em sua volta. Esse é um posicionamento inovador para um instituto corporativo. O trabalho e as metodologias desenvolvidas durante estes 25 anos de atuação social serão valiosos para darmos início a um trabalho efetivo e contribuirmos para a transformação da indústria da moda.

VALOR COMPARTILHADO: O que é a Teoria da Mudança do Instituto C&A?

GIULIANA: A Teoria da Mudança global do Instituto C&A orienta nosso trabalho, nossa visão e missão, indicando as estratégias que vamos seguir a fim de fazer com que a moda seja uma força para o bem comum. Esse material nos dá clareza em relação ao caminho que queremos seguir, o de somar esforços em prol de uma agenda comum, e de promover uma indústria de moda mais justa e sustentável, beneficiando o meio ambiente, os trabalhadores da indústria da moda e suas famílias. Além disso, acreditamos que esse planejamento pode orientar também os nossos parceiros na concepção de projetos e ações que buscam esses mesmos objetivos.

Em breve também vamos publicar no site do Instituto C&A as Teorias da Mudança de cada um de nossos programas. Nesse caso, além das estratégias, resultados e impactos esperados, apresentaremos também quais serão os indicadores que servirão como base para análise do nosso trabalho.

VALOR COMPARTILHADO: O site traz a informação que até 2018, o Instituto continua apoiando iniciativas de educação de crianças e adolescentes como nos últimos 25 anos. Como foi marcada essa data?

GIULIANA: O Instituto C&A trabalha há bastante tempo com ciclos de investimento que têm duração de três anos e que nos ajudam a traçar estratégias mais assertivas para o apoio aos nossos parceiros e a seus projetos. Acreditamos que esse atual ciclo de investimento em nossos parceiros da área de Educação vai nos dar a oportunidade de atuar com foco no fortalecimento institucional de cada um deles e de seus projetos, para que consigam dar continuidade ao trabalho que elaboramos juntos ou mesmo que eles desenvolvam outras parcerias com empresas e instituições.

VALOR COMPARTILHADO: Que ações de transição estão previstas até 2018?

GIULIANA: Além do fortalecimento de nossos parceiros, do próprio campo da educação e de pautas com as quais já trabalhamos, estamos promovendo uma série de avaliações e sistematizações de projetos e metodologias que apoiamos ao longo dos últimos anos.

VALOR COMPARTILHADO: Quais são os desafios dessa transição? E os aprendizados?

GIULIANA: Neste primeiro momento, nosso foco tem sido estudar e conhecer mais sobre o cenário e os desafios sociais e ambientais relacionados à indústria da moda no Brasil, assim como mapear e iniciar um relacionamento com importantes organizações que trabalham com sinergia da temática. Durante todo esse processo, sempre reforçarmos que as crenças do Instituto e a nossa maneira de atuar, fortalecendo a sociedade civil, trabalhando de forma colaborativa, e com uma atenção e cuidado especial com as pessoas, são princípios que serão mantidos, independentemente da pauta com a qual estamos trabalhando.

VALOR COMPARTILHADO: Como essa mudança contribui para o amadurecimento e desenvolvimento institucional do Instituto C&A?

GIULIANA: Todo e qualquer processo de mudanças traz grandes aprendizados para as organizações. A unificação do Instituto C&A com a C&A Foundation nos permite uma união dos esforços e de conhecimentos que só contribui para o desenvolvimento de uma indústria da moda mais justa e sustentável. Hoje, como parte de uma organização global e com um planejamento estratégico unificado, vemos que podemos aprender com estratégias e ações desenvolvidas em outras regiões e também compartilhar a expertise e conhecimento dos nossos 25 anos de atuação no Brasil. Acreditamos que o caminho para a construção de uma indústria do setor mais justa e sustentável requer uma abordagem sistêmica e ações colaborativas entre todos os envolvidos e a sociedade. É uma indústria que emprega cerca de 150 milhões de pessoas em todo o mundo e sabemos que ela possui desafios amplos e complexos que precisam ser enfrentados com urgência. E, mais do que nunca, o Instituto C&A está consciente do poder e a importância da colaboração em diferentes níveis – com seus pares, organizações sociais, instituições ligadas à indústria, sociedade civil, com a própria C&A e outras marcas – para que a as nossas ações possam ter um impacto positivo na vida dos trabalhadores do setor.

Crédito da foto: Paulo LeiteAnuncios revista bem de vida

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