Conviver participa do 12º ENATS

14/07/2016

Foi com muita alegria e satisfação que a Conviver Saber Social participou da organização do 12º Encontro Nacional do Terceiro Setor, que aconteceu nos dias 13 e 14 de junho, no Cine Theatro Brasil Vallourec, em Belo Horizonte. Juntamente com CeMais, MPMG, Fundamig e Tomáz de Aquino Costa Vilar Advogados Associados, a Conviver foi responsável por elaborar e realizar o evento que, neste ano, trouxe o tema: “Estratégias inovadoras para superar a crise“.

Inácia e Vinicio na apresentação da noite de aberturaA abertura, na gelada noite do dia 13 de junho, foi um tremendo sucesso, com participação ativa de pessoas diretamente atendidas e beneficiadas pelas ações desenvolvidas pelo terceiro setor. Vinicio, adolescente participante dos projetos sociais realizados pelo Grupo Escola Amizade e Amor/Conviver, de Lagoa Santa, foi responsável por um dos pontos altos da noite. Após dividir a apresentação da cerimônia com a jornalista Inácia Soares, cantou ao som de uma batida improvisada pela orquestra jovem da organização social Ramacrisna, um rap que fez na hora sobre as histórias de vidas compartilhadas na noite pelos convidados especiais.

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Janice Salomão, presidente da Conviver foi mediadora do debate sobre “Cenários futuros: Inovação, mídias, criatividade e empreendedorismo“, que aconteceu na tarde do dia 14 de junho.  Fran Fernandes, ninja no coletivo Guarda Chuva, abriu o painel tirando a plateia da zona de conforto, sua primeira lição para os gestores do terceiro setor. “Uma bandeira que eu levanto é a que o terceiro setor pode hackear coisas bacanas lá do empreendedorismo para fazer as coisas acontecerem de outro modo”, defendeu a empreendedora Fran, que trabalha ensinando empreendedorismo e promovendo o desenvolvimento de empreendimentos de impacto social. Ela sugeriu, por exemplo, uma troca entre o discurso de pedir ajuda por uma comunicação que oferece soluções sociais. Ao longo da sua fala, ela listou uma série de fontes de informações e ferramentas que o terceiro setor pode hackear do empreendedorismo. Para encerrar, Fran falou sobre o poder das organizações sociais. Segundo ela, o terceiro setor tem o poder de emponderar os sujeitos para que sejam empreendedores sociais em suas comunidades. E com essa fala, ela encerrou no melhor estilo Capitão Planeta, “o poder é de vocês”.

Listinha completa das dicas da ninja Fran!

  • Artemísia: organização social pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil. Nossa missão é inspirar, capacitar e potencializar talentos e empreendedores para criar uma nova geração de negócios que rompam com os padrões precedentes e (re)signifiquem o verdadeiro papel que os negócios podem ter na construção de um país com iguais oportunidades para todos.
  • Financiamento coletivo: é quando várias pessoas se identificam com o seu projeto e resolvem contribuir financeiramente para que ele saia do papel. Baseado na economia colaborativa, tem como fundamento a premissa de que juntos todos podem conquistar seus objetivos.
  •  Business Model Canvas (Quadro de Modelo de Negócios): é um mapa visual criado por Alexander Osterwalder que descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização.
  • Pitch: é o discurso claro e conciso de apresentação de uma ideia ou negócio para pessoas interessadas na solução que você oferece.
  • Círculo dourado ou círculo de ouro: é apresentar-se sempre começando pelo o por quê, qual a sua motivação para aquela ação, seguido do como, quais os processos e valores de desenvolvimento e apenas no final descreva o que você faz.
  • Design Thinking: é um processo de pensamento crítico e criativo que permite organizar informações e ideias, tomar decisões, aprimorar situações e adquirir conhecimento.
  • Dragon Dreaming: uma metodologia que leva em conta os sonhos das pessoas para mantê-las engajadas em projetos criativos.

Hermes de Freitas Júnior compartilhou com a plateia de mais de 450 pessoas sua experiência como empreendedor social dentro de uma grande empresa e seus sonhos e projetos de empreendimentos sociais na área da educação como diretor da Conviver Saber Social. “Eu me interesso muito pela área da educação e eu estou decidido a responder a seguinte pergunta: qual a forma de executar e com quanto de dinheiro você precisa para resolver um problema isolado de educação, digamos em uma comunidade? Porque se existir uma resposta para isso, a resposta pro problema da educação no Brasil existe”,  disse decidido e finalizou dizendo que espera em breve voltar para contar como um grupo de boas pessoas com uma boa ideia conseguiram promover o desenvolvimento na educação de uma comunidade para que seus jovens entrassem em pé de igualdade com um jovem de classe média no jogo de competições da vida.

Dificilmente algum dos presente imaginava que a participação do Ministério Público neste painel tivesse algo a ver com inovação. Dr. Paulo Cesar Vicente de Lima, promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, contou como que nasceu a Cimos – Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social, exclusiva do MPMG, criada para dividir o capital social do Ministério Público com quem mais sofre com as desigualdades do nosso país. Assim,  a Cimos fomenta a aproximação do MPMG das populações mais vulneráveis, por meio do diálogo, da participação e do empoderamento. A Coordenadoria criou o  Procedimento de Implementação e Promoção de Projetos Sociais para que consiga promover a transformação por meio de projetos sociais construídos com a base, com as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade, para gerarem impactos e resultados mais rápidos que instrumentos jurídicos tradicionais. Entre narrativas de experiências vividas em diferentes pontos do estado, Dr. Paulo apresentou um Ministério Público aberto ao terceiro setor, disposto a construir junto estratégias para buscar soluções para situações sociais complexas. “Nós temos o Procedimento de  Implementação e Promoção de Projetos Sociais, nós temos garantias de direitos importantes como promotores de Justiça e nós temos credibilidade. E estamos à disposição. Só que poucos são os nossos braços. Então, nós precisamos dessa parceria com o terceiro setor para desenvolver projetos”, encerrou Dr. Paulo seus quinze minutos, após um alerta para a necessidade urgente que temos neste momento de olhar para as pessoas em situação de vida na rua, que estão particularmente sofrendo com o frio este ano.

Para encerrar o painel, André Lara Resende, empreendedor no Grupo Baanko, professor na Fundação Dom Cabral, consultor no BID e empreendedor no ramo de start ups, contou sobre como participou da criação da organização social Crescendo Feliz, responsável pelo projeto Um pé de biblioteca, que já abriu/incrementou 18 bibliotecas pelo país e tem o objetivo de entregar 100 bibliotecas abertas. André, ao falar da sua trajetória como empreendedor social, comentou sobre como usou ferramentas do empreendedorismo para encontrar soluções para o seu projeto social. Um exemplo que ele deu foi como o livro A estratégia do oceano azul lhe ensinou uma técnica que lhe foi útil na hora de buscar uma solução para o problema do espaço físico para as bibliotecas e de profissionais para mantê-las. Agora, o desafio do projeto Um pé de biblioteca é emponderar as comunidades para que elas se mobilizem para abrir suas próprias bibliotecas. Para encerrar o painel, Janice lembrou que o objetivo maior da conversa foi mostrar que diante da crise, o terceiro setor pode inovar e empreender e que conta com gente entusiasmada e com ideias inovadoras, como os jovens empreendedores sociais, e com credibilidade e poder, como o Ministério Público.

O 12º ENATS trouxe ainda mesas para discutir os temas: investimento social, marco regulatório e a atuação colaborativa entre Ministério Público e terceiro setor. A cobertura completa do evento, você confere na próxima edição da revista Valor Compartilhado.

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