As crianças e adolescentes da periferia podem parecer invisíveis, aos olhos da cidade, mas não são. Eles têm desejos, sonhos e potencial. Precisamos olhar para eles com mais carinho, descobrir suas habilidades e dar oportunidades.
Meu nome é Alessandra. Nasci em Juiz de Fora, em 1980. Eu moro emLagoa Santa, no bairro Promissão. Hoje, eu trabalho em dois projetos sociais da cidade, em um como coordenadora e em outro como educadora. Meu dia é bem corrido.
Conheci o Grupo Escola Amizade e Amor quando fui convidada pela Teresa para desenvolver um jornal na organização social, há seis anos. Até então, eu não conhecia o Palmital.
Minha relação com o GEAA é longa e de muito aprendizado. A gente aprende todos os dias, não só nas formações que participo, mas, principalmente, com as crianças e os adolescentes que me ensinam a trabalhar a partir de suas necessidades.
No projeto que desenvolvo hoje no Palmital, trabalhamos aidentidade através da arte. É um espaço para que crianças e os adolescentes falem sobre si mesmos, para se entenderem enquanto sujeitos de direito e reconhecerem o lugar onde vivem: como é esse lugar, o que precisa ser mudado e como podem ser agentes de transformação.
Meu trabalho na garantia de direitos é baseado na escuta. A partir da demanda criada pelas crianças e pelos adolescentes é que definimos as oficinas, realizamos encaminhamentos e buscamos a transformação que eles sonham.
Eu queria dizer para as pessoas é que as crianças e adolescentes da periferia não são invisíveis. Precisam de um olhar carinhoso e de oportunidades.