Certamente, todos os mais de 100 participantes do workshop Novas Fronteiras da Escola, da Faber Castell, com a socióloga Lourdes Atié, realizado pela Conviver Saber Social com o apoio do IC&A/PCDI, ao saírem do centro de convenções do Hotel Ramada em Lagoa Santa, olharam para as ruas e para a cidade ao seu redor de um jeito diferente.
Com descontração, Lourdes ensinou à plateia formada principalmente por representantes de organizações da sociedade civil que a cidade educa e a escola está longe de ser o único espaço de educação. Pessoas de Lagoa Santa, Belo Horizonte, Vespasiano, Confins, São José da Lapa, Sete Lagoas, Curvelo e Betim refletiram sobre a escola sem muros e os diversos ambientes de aprendizagem.
“A escola hoje sabe que sozinha não é capaz de educar e é hora dela se abrir para novos ambientes de aprendizagem. A cidade virou um lugar de passagem e não mais um lugar de encontro e mesmo assim, a cidade educa e a criança vê a cidade pela janela”, explicou Lourdes, enfatizando o quanto estamos desconectados do nosso entorno e não sabemos mais o espaço que ocupamos e que isso também está afetando as crianças.
“Temos que fazer uma cidade com pedagogia e ensinar crianças e jovens a enxergar e entender a cidade. Quem não está conectado com o espaço onde está, fica à deriva de outros. Hoje há um movimento mundial de recuperar as ruas, principalmente, pelas crianças”, contou e citou exemplos de cidades educadoras pelo mundo a fora.
Com leveza e provocando muitas risadas, Lourdes fez todos refletirem sobre qual o papel da escola na contemporaneidade e a necessidade de quebrarmos paradigmas. “A escola do século 21 é a escola simples, é a escola empática”, disse a socióloga, lembrando que aprender é desenvolver a curiosidade, brinquedos não são sinônimo de brincadeira e o bom professor não é aquele com todas as respostas, mas sim aquele que faz as indagações corretas, que inspira a autoria e autonomia dos alunos.
A ativa proposta para os participantes foi construir a cidade dos sonhos sob um pano onde já estavam traçadas ruas. Usando massinha, papel, tesoura, palitos e canetinhas, construíram uma cidade dos sonhos que contou com muitos espaços abertos de convivência social e com a natureza.
Foi com o livro “A professora encantadora”, de Marcio Vassalo, que Lourdes encerrou o workshop de uma maneira emocionante. “Eu não educo se não estiver apaixonada, encantada pela educação. Não posso encantar, se não estiver encantada. As crianças e os jovens não merecem pessoas desencantadas. A capacidade que o educador tem de encantar e desencantar é muito maior do que imaginamos”, finalizou Lourdes.
Todos os participantes receberam o caderno com o programa escolar 2015/2016 da Faber Castell, “Novas Fronteiras da Escola – A Escola Aberta ao Mundo”, certificado e uma caixa de lápis de cor.
O programa escolar da Faber Castell estabelece um diálogo com a escola de ensino básico brasileira, conversando anualmente com 12 mil professores, por meio dos workshops realizados por todo o país.